TIPOS E FUNÇÕES
As zonas húmidas da Bacia do Zambeze classificam-se
em cinco grandes categorias: lagos artificiais, lagos
naturais, pântanos de água doce, zonas húmidas do
estuário, e zonas húmidas marinhas.
Lagos artificiais
Os reservatórios ou Lagos artificiais foram construídos
para optimizar o potencial da Bacia do Rio no apoio ao
desenvolvimento económico através da geração de
energia hidroeléctrica, irrigação, abastecimento de
água, pescas, navegação, turismo e recreação. Os
principais lagos artificiais da Bacia do Zambeze são
Itezhi-tezhi, Kafue, Kariba e Cahora Bassa. Todos
foram construídos para a instalação de centrais
hidroeléctricos, apesar de também serem usados para a
pesca, turismo, navegação, irrigação e abastecimento
de água.
Lagos naturais
O principal lago natural da Bacia do Zambeze é o
Lago Malawi/Nyasa/Niassa (como é respectivamente
conhecido no Malawi, Tanzânia e Moçambique). Este
lago, é o terceiro maior de África depois dos Lagos
Victoria e Tanganyika, e possui uma superfície de
cerca de 28.000 quilómetros quadrados. O lago
oferece meios de subsistência para a maior parte da
população do Malawi, principalmente a pesca, mas
também turismo e outras actividades. O seu ponto de
descarga em Liwonde forma a nascente do rio Shire,
no qual foram instalados projectos de irrigação e
hidroeléctricos. O lago apoia a produção de
electricidade para o Malawi.
Pântanos de água doce
As zonas húmidas inclusas nesta categoria encontramse
ao longo dos principais rios e seus afluentes, em
todos os locais onde o declive é muito suave e o vale
muito vasto para permitir a continuação do
assentamento de sedimentos e o crescimento
permanente da vegetação. Os pântanos de água doce
são periodicamente inundados durante as épocas de
grande fluxo, e são geralmente considerados como as
componentes principais para a regeneração da vida
vegetal e animal, incluindo peixes, pássaros e outras
espécies aquáticas endémicas ao sistema do rio. Os
principais pântanos de água doce são a planície de
Barotse e os baixos de Kafue, na Zâmbia, oriente de
Caprivi, na Namíbia, os pântanos de Chobe-Linyanti,
no Botswana, o pâtano de Lukanga, na Zâmbia e
Elephant Marsh, no sul do Malawi. Os Dambos, que
são comuns na Zâmbia e Zimbabwe, também figuram
nesta categoria de zonas húmidas.
Zonas húmidas do estuário
O Delta do Zambeze, cobrindo cerca de 15.000
quilómetros quadrados, é a maior zona húmida do
estuário na Bacia. O delta foi formado como resultado
do abrandamento do fluxo do rio na sua entrada ao
Oceano Índico, depositando sedimentos para formar
uma planície aluvial numa áreas de cerca de 18.000
quilómetros quadrados e mais de 100 km para o
interior. A área, contudo, cobria uma área 15.000
quilómetros quadrados antes da construção da
Barragem de Cahora Bassa. O complexo de Marromeu
que faz parte do Delta do Zambeze foi declarado uma
zona húmida de importância internacional no âmbito
da Convenção de Ramsar pelo Governo de
Moçambique. Outros pequenos sistemas das zonas
húmidas do estuário localizados na Bacia são todos
aqueles formados onde o principal rio e seus afluentes
entrem nos lagos e nas reservas. Desses sistemas, os
mais importantes são os estuários das zonas húmidas
localizados no Lago Malawi e no Lago Kariba.
Zonas húmidas marinhas
O sistema das Zonas Húmidas Marinhas na Bacia do
Zambeze ocorre ao longo da região costeira de
Moçambique, adjacente ao delta. Esta área é fértil em
recursos pesqueiros, que contribuem substancialmente
para os rendimentos das comunidades dessa área. O
Sistema das Zonas Húmidas Marinhas contribui para a
existência de mangais, vegetação marinha e recifes de
corais que são explorados pelas comunidades locais e
empresas comerciais.
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